Sou da seguinte opinião: de tudo que acontece para nós mesmos ou em nossa volta, temos que tirar uma lição. No caso do massacre na escola do Rio de Janeiro, por exemplo, acho que a morte dessas crianças não pode ser em vão. Se o assassino realmente sofreu bullying quando estudou nessa escola, e se isso contribuiu para que ele cometesse essa atrocidade, agora é a hora de a sociedade sair da discussão e partir para a prática. Exigir campanhas, dinâmicas de grupo, palestras, cursos e sei lá mais o que pra essa meninada aprender de uma vez por todas a lidar numa boa com as diferenças.
Acredito muito que isso venha de casa. Quem aprende com os pais que somos todos iguais, apenas temos particularidades diferentes, certamente não vai achar graça em ridicularizar aquele que apresenta alguma diferença no modo de agir, de pensar, de vestir...As escolas, as creches ou outro ambiente público também vão ter de mudar algumas posturas depois do ocorrido. A primeira delas é impedir que qualquer pessoa entre nesses locais sem comprovar a identidade ou a intenção. Todos nós sabemos e isso é fácil comprovar, que toda e qualquer pessoa entra numa escola sem praticamente nenhuma dificuldade, a não ser que seja particular. E por que essa diferença? Só porque as particulares têm dinheiro para comprar as catracas e colocar um funcionário ali só pra isso? E as mensalidades que os pais de alunos de escolas públicas pagam como contribuintes, não dariam pra custear essas despesas? Se não deu até agora, vai ter que dar. Não por imaginar que mais um louco vai entrar em outra escola e fazer uma nova matança. Isso pode acontecer, mas os estudantes têm de ser protegidos de outra série de perigos. Os pais têm que ter a certeza de que a escola ainda é o melhor lugar para deixar os filhos.
E por fim, as escolas têm que ter preparo suficiente para identificar alunos problemáticos, e os pais também, lógico, e encaminhá-los para uma avaliação. Vira e mexe você ouve dizer que determinado assassino foi um adolescente esquisito, retraído, de poucos amigos e palavras, enfim, tava na cara que não era muito certo das idéias. Alguém já ouviu falar que um jovem cheio de amigos, falante, estudioso, popular cometeu algum tipo de crime? Esse assunto merece muita reflexão.
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