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domingo, 12 de junho de 2011

DEIXEI DE REGISTRAR MAIS UMA HISTÓRIA TRISTE



O que um jornalista deve fazer quando perde um furo de reportagem que acontece bem embaixo do nariz? Pois foi bem isso que aconteceu comigo. Lá pelas 10 da noite de quinta-feira (9), o dia mais frio do ano, eis que ouço as sirenes do Corpo de Bombeiros. O som era alto, próximo, mas parou logo, como se tivesse se afastado do local onde eu estava, a minha casa. Acabei me conformando em não ter me interessado mais pra saber o que estava acontecendo. Também, com o frio que estava...Pela manhã, vejo o carro da Rede Paranaense de Comunicação estacionado quase em frente da minha casa. Claro, isso despertou a minha curiosidade. Mas logo descobri o assunto que trazia a equipe ao bairro. Uma folha com a logomarca da emissora estava no chão, bem em frente ao meu portão. Bati o olho e já reconheci uma pauta. Como não havia o nome de ninguém, li o conteúdo. Pedia para contar a história da recém nascida encontrada em frente a uma casa do bairro Uberaba, em Curitiba. Caí de costas com a história tão triste, e a poucos metros de mim. Na hora do almoço, quando voltei para casa, a moça da panificadora da esquina (Esquina do Sabor) me chamou para contar o babado. Disse que a RPC a procurou de manhã para conversar sobre o caso. Bom, aí ela me contou a história toda. Depois de lamentar, e muito o que aconteceu, e de saber que a criança estava bem, comecei a me morder de raiva. Eu teria sido a única jornalista a testemunhar o fato na hora, e não no dia seguinte. Teria tirado fotos, gravado um vídeo e postado neste blog. Os meus leitores seriam os primeiros a ver as fotos da menina. Eu não me conformava!! Perder um furo desses, ninguém merece!!! Aí, passada a raiva inicial, tive uma brilhante ideia. Assistir a matéria pra ver se a repórter tinha deixado de contar algo que eu fiquei sabendo. Ai, quando vi a reportagem no jornal Nacional, vibrei. Primeiro, por ver mais uma vez a Malu Mazza em cadeia nacional , depois por ter certeza de que sobrou algo inédito para eu dizer sobre essa história do abandono. Ôba, ôba!! O meu prejuízo não foi tão grande assim, então.

Sabe o que não entrou na reportagem? A senhora que a encontrou se chama Lúcia. Pois bem, a vizinha da frente e a que mora ao lado, também se chamam Lúcia. Por isso, enquanto o bebê ficou no bairro sob os cuidados do Siate, foi chamado de Lúcia Vitória, para homenagear as mulheres que estavam em volta dela. Outra informação: a criança estava com 2 tip tops e um cobertor bem felpudo, mas quando ela se mexeu, ficou descoberta, por isso já estava ficando roxa de tanto frio. E por fim, os médicos a aqueceram, e a examinaram para ver se estava machucada. Aí, todos que estavam em volta da viatura do Siate, tiveram a certeza de se tratava de uma menina.

Pronto. Perdi o furo, mas ainda assim, consegui lhes passar algumas informações que não estavam na reportagem do JN. Não por culpa da repórter, mas pelo tamanho da matéria. Eu, que não tenho compromisso com nenhuma regra, posso colocar quantas informações quiser. Nesse caso, só tenho essas 3. Ah, melhor que nada, né? Se bem que, pensando bem, teria sido terrível cobrir esse tipo de assunto. Eu teria ficado extremamente mexida. Olhar para o rostinho cheio de frio daquela criança, teria sido muito triste. É impensável alguém estar tão mal da cabeça e do coração que não se sensibilizou com o que estava fazendo.

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